sexta-feira, fevereiro 24

tomada de assalto

Eu escrevo com os pés
Em movimento retilíneo
Uniformizo o que vejo
E traduzo minha visão
Serei objetiva
Petrificarei uns instantes

Suspiro sob o céu listrado
Azul com branco
Em fileiras sem fim
Em fins de chegar ao que não disse
Ao que o meu grito não alcança
Nem o teu som sintetiza

Cansei das imagens
É com letras que se forma coração
Daquelas, resta o inacabado
A tranquilidade e o medo
Prefiro dominar a canção

E mergulhar
Caminhar, pulso entre pulso
Não sintonizo, só discuto


Eu vi o menino sentado e segui
Desenhei as armas em punho
A saudade indo embora
Era tudo sem alcance
Perspectiva desfocada

A proteção ainda não chegou ao mar
E eles tinham fugido pelas bordas
Gritaram saudações e naufragaram
Acabou, desmanchou, rompeu
Em sangue, lentes e amor

De pé, ficou o barraco
Na fé, suspirou uma mulher
Era branco e azul o uniforme
Era vermelho o que eu via

2 comentários:

  1. Regresso cheio de classe e de beleza pra quem tem alma pronta pra aceitar essa grandeza que é tua poesia.

    Welcome back, blond ^^

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  2. Eita , Luiz, coisa boa! Vamo de poesia pra vê se a vida se enche de graça neh? cheiro p tu!

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