quarta-feira, março 21

Sem paciência.


Acredito em poeta, bêbado e criança. Sem explicações. Médicos é que não me entram. Não me orientam. Olhos retos e precisos, sorriso de segunda-feira. Solidão.
Quisera eu ser poeta, mas me faltam as palavras.
 Quisera um copo de cachaça e um trancelim, um padeiro e o abraço da boemia. Mas meu desabrigo é mais trôpego e minha morte mais distante.
Quisera que o sorriso sem pele e alma pequenina se abrigassem entre meus braços e nunca mais partissem. Mas já há alguns anos que não me deparo com os lápis de cores, nem robôs de montar. Há alguns anos que os números não se apresentam numa ordem única de zero a dez, a ser repetida em português ou inglês. As multiplicações são infinitas.
É de solidão aquela roupa branca, é de paranoia o olhar. Só queria uma resposta, uma vida um pouco mais priorizada. Não é assim. Descubra, explique-se, se vire! É isso.

2 comentários:

  1. Confusão.
    Viver sem ter medo de se afogar nadando na maré de si mesmo é para poucos.
    Só para artistas.
    Vale frisar que artista não é só a menina da poesia nem o rapaz da música nem o casal da pintura.
    o padeiro analfabeto, o boêmio, o pedreiro podem ser artistas por excelência!

    Com fusão de coragem e disponibilidade, o artista sai fazendo perguntas antes não feitas e vai desvendando um cadinho mais a vida.

    é sabido que é difícil, mas...
    Se vire!

    Aí é quando a poesia funciona.
    Traduzindo uma alma em versos que se conectam à outras.

    Lindo.

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  2. Luiz

    Conversa gerada, já deixa a poesia ter razão de ser né? Obrigada pelo olhar de carinho. Saudade!=)

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