sábado, outubro 9

Vãos

Moranga era uma menina linda! Ruiva como o nome, sofria por tudo. Até pelos sorrisos. Era estranho, como pode? Ela também não entendia, não. Só sentia. Olhava no olho e tentava descobrir o que morava nos lugares de dentro das pessoas. 
Ela enxergava tudo. Corria pelos corredores de cimento, afastava as janelas quebradas, procurava os restos de terra. Pisava, respirava um pouco, mas logo voltava correndo. Sabia que os vãos eram muito piores. 
Estes, sozinhos. Mas, essa quebradeira de desamor, mesmo em meio à sorrisos, não lhe ofereciam nada mais que olhos da cor dos cabelos.

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