sexta-feira, dezembro 17

Carolina. 
Acordou com um céu azul hoje.
Numa cor que pensou jamais ter visto,
mas lembrou de uns dias do passado quando ainda enxergava borboletas meio cinzas. 

Sua mãe contava que Carolina tinha nascido
num lindo dia de verão e várias
borboletas haviam pousado no muro e feito
sorrisos de
vento, que lhe tocaram o rosto fino
e lhe desejaram boas-vindas 
entre os humanos.


Um tempo depois, as borboletas se foram, resolveram pousar em muros vizinhos e abandonaram Carolina. De vez em quando, umas cinzas vinham e ela sonhava muitas noites, pintava-as por dentro, mas quando acordava, elas ainda estavam lá, cor de fumaça.


Aprendeu, então, a viver assim.
E a sonhar acordada para poder enxergar borboletas coloridas.



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